Algoritmo diagnóstico de trauma retal
- Adriano Meyer-Pflug
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• Fatores de risco para trauma de reto que indicam investigação do reto são relacionados tanto na cinética – como em trauma pélvico de alta energia, ferimento por arma de fogo transpélvico e empalamento – quanto no exame físico – como uretrorragia, ferimento perineal ou trama penetrante próximo à pelve. • O toque retal deve investigar a presença de espícula óssea, defeito da parede do reto e presença de coágulos. • Pacientes sem alteração no exame físico, mas com fatores de risco para lesão retal, devem ser submetidos à tomografia para avaliação retal. • Os achados tomográficos condizentes com trauma retal são extravasamento de contraste luminal, defeito ou espessamento na parede retal, gás extraluminal, hemorragia, infiltração do mesorreto e líquido livre sem lesão de víscera parenquimatosa. • Retoscopia é indicada na presença de alterações tomográficas sugestivas de lesão retal. • Laparotomia exploratória é indicada em casos de instabilidade hemodinâmica ou peritonismo. • Pacientes estáveis com identificação de provável lesão de reto no exame físico – espícula óssea, sangramento retal, lesão de parede retal tocável – devem ser submetidos à retoscopia. • A retoscopia deve ser realizada no centro cirúrgico, pois a não cooperação do paciente diminui a sensibilidade já reduzida do método, em decorrência de falta de preparo intestinal, mobilidade reduzida e contaminação do trauma. • A retoscopia é útil para detectar lesões intraperitoneais, evitando uma laparotomia desnecessária. • Em geral, a retoscopia mostra apenas presença de coágulos intraluminais. Nesse caso, deve-se indicar laparoscopia (se estável) para avaliar com maior eficiência uma possível lesão retal intraperitoneal. • Quase metade dos casos está associado a trauma pélvico ou urogenital.